Diário de uma ansiosa parte 1

 Hoje foi um ótimo dia. Não foi aquele que dia que se diga "Ó que dia", mas foi sim um ótimo dia. 

Levantei cedo, comparando-se aos dia anteriores, lavei a louça que já somava três dias parada na pia da cozinha. Abri o armário, tirei de lá uns copos que não quero usar mais, doei. Fiz um almoço bem completo para o meu filho, como a muito não fazia... é realmente foi uma manhã de glória. E não, eu não pensei em absolutamente nada entre um enxague de prato e outro, fui direto, sabe quando a gente pega aquela altura da avenida Brasil que não tem retorno!? tipo isso, comecei a lavar engatei e fui. 

Meu filho me ajudou, pegou seus brinquedos e espalhou-os sobre a mesa, mas insatisfeito vendo a mamãe atarefada, tratou de colocar sua cadeira nas minhas costas e pendurar-se no meu pescoço, e assim "lavamos" toda a louça. Dei-lhe um paninho para limpar as portas do armário, o que rapidamente afugentou ele para sala numa busca desenfreada pela galinha pintadinha. Certamente percebeu cedo que os afazeres domésticos não são prazerosos assim. 

Tentei ao máximo me manter sóbria sobre a decisão de pedir mais uma vez que a minha enteada me ajudasse com o irmão, eu falo sóbria, porque de verdade isso me causa uma ansiedade sem tamanho. Ela prontamente me atende, sem titubear, e o irmão a ama, mas eu fico mal. Parece que meu único interesse por ela é somente esse e isso me deixa agitada e envergonhada. Pedi, ela veio, e eu pude sair rapidinho a escola onde estuda o meu esquilinho. 

Recebi suas provinhas, coloridas, traçadas, lindas! Li o relatório semestral, e meu pequeno gênio está fazendo birra na escola, não foi surpresa, ele desenvolveu esse comportamento em casa também. O pai dele e eu estudaremos estratégias sobre como poderemos ajudá-lo nesse momento. 

Na volta pra casa, entrei numa lojinhas de temperos naturais e fui arrebatada do chão quando vi na prateleira a bolacha três de maio, a bolacha da minha infância.  Parecia até que eu estava voltando na bodega do "Seu Zé e Dona Teta" com a bolacha e um refrigerante embaré, pra dividir com meus primos Pipo e Dally. 

Não sei como será amanhã, ninguém sabe na verdade, mas a maioria esmagadora das pessoas fazem planos de pelo menos sobre a hora de acordar, e eu não posso, não sei. 

Esse foi o meu dia bom. E foi muito bom. 


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